1. |
o sol aqui
03:51
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“o sol aqui” (oliveira/ poema incidental "fogo", maju)
o sol aqui
é vasto é bruto
eu sei
a dor que vi
não fala por vocês
nem corpo fechado
correntes abraços
parecem suportar
quantos ossos
vão tombar no chão
denda luz
denda luz
do medo
um sol imenso
queimar a voz por dentro
um sonho intenso
cerrar a mão no peito
“me visto de sol
parida pelo horizonte
amanheço
na rua mais escura do meu corpo”
no peito
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2. |
tambor
04:05
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“tambor” (oliveira)
vem cá
dança com asas nos pés
salta no escuro do céu
a vida é coisa que só
ai bem amanheceu
canta
nem todo o sol despertou
puxa tua lira do chão
a vida é coisa que só
ai bem amanheceu
lembra lembra
lembra que o amor é tambor
é silêncio vai
a noite é morna não não vai chover
a lua brilha den'dos olhos breus
a noite é morna não não vai chover
a lua mora den'dos óio teu
lembra lembra
lembra que o amor é tambor
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3. |
coragenzinha
03:45
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“coragenzinha” (oliveira)
a parte doce do amor morreu
não tinha mais o que oferecer
posso partir em paz
casinha vasta
que lugar é meu
não há mar onde eu possa arrefecer
quero viver bem mais
quarar as roupas que você me deu
dentro do corpo até crescer
enquanto os cabelos caem
canções de sal nascem morrem
e eu temo tanto o que dizer
sem nunca sair do cais
sabe o amor eu sei
coragenzinha
um vento brusco
e eu vou até você
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4. |
meu menino
03:31
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“meu menino” (oliveira)
um desejo doce
quando é hora de poder falar
alivia o corpo dança põe-se a chorar
meu carinho é imenso mas se foi
terras casas ruas asas onde eu vou
as cores cheias de palavras sons e breus
iluminam um dia de domingo tão você
meu menino é um santo protetor
minha guia de silêncio e amor (meu amor)
ó bem onde eu caminhar
me dê forças pra te desejar
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5. |
amar o mistério
00:21
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“amar o mistério” (oliveira)
a
mar o
misté
rio
mas acen
der
todas as luzes da c
asa
toda vez que o cor
ação rufar com
passo diferente
não mapear seus com
passos s
eu ritmo s
eu rumor s
eu tambor
mas pôr luz so
bre o peito
e danç
ar
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6. |
é vida vi
03:22
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“é vida vi” (oliveira)
a vida me deu vi
uma que possa
ser planta ser glosa
hoje a noite vai render
o filho esticou de vez
faz mais de uma hora
é uma hora
que eu vi meu pai nascer
um homem que chora e ri
nossa senhora das dores
recorda dos filhos que não vê
o amor não quebrou caiu
é nossa história a minha história
em tudo quer caber
eu me acostumei costumei
com teus oinho costumei
o sol na pele é flor
é vida vi
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7. |
corpo que fala eu te amo
01:08
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“corpo que fala eu te amo” (oliveira)
Não é possível catalogar as reações do corpo que fala eu te amo. Nem pela química, nem pela arte, nem pelos astros, nem pela força espiritual, nem pela natureza, nem pelos sentidos, nem pela presença. O catálogo requer ordem. Lista. Número. Enfileiramento. O corpo que fala eu te amo é canto das lavadeiras, beira de rio, água que escapa. É máquina de escrever sem tinta, papel e inúmeras teclas roubadas, mas ainda assim, com a capacidade de falar intacta. Quando o corpo que
fala eu te amo se manifesta, ouvimos como ouvem os cães em caça, enxergamos como o olho aguçado das águias muito distantes de suas presas. Quando falamos eu te amo o corpo todo exala exila exulta exorta exuma a nossa carne. E tudo arde E nada é parte E nunca nunca é triste um corpo que fala eu te amo.
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8. |
pássara vermelha
03:01
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“pássara vermelha” (oliveira)
pássara vermelha eu não tenho colo
pássara vermelha eu não tenho vento
pássara vermelha eu não tenho idade
pássara vermelha eu não tenho aguento
vem me abraçar pássara vermelha
vem me acolher pássara
eu te amo tanto
pássara eu te amo
mas voas e choras e cantas e brotas
e saltas e corres e foges e nasces
renasces e folhas e galhas e gralhas
e malhas e casas e asas e nada
eu te amo tanto
pássara eu te amo
vem me abraçar pássara vermelha
vem me acolher pássara
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9. |
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“os sons mais doces são de adeus”
cabou vem me ver
a dor vai passar
a força da palavra encarna quer sumir
não deite no chão
o sol bate aí
a coisa de sentir espraia dentro aqui
planta rasteira
num canto nós dois
revela a tua pele fala faz viver
a noite festeja
palavra de amor
a casa o corpo os sons mais doces são de adeus
é minha mesmo
a minha voz
é minha a letra
o som de vós
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10. |
o som água e eu
03:12
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“o som água e eu” (música: oliveira/ letra: nathalia queiroz e oliveira)
orvalho doce o que demandar
caia de um breu meu azul
amar hum velejo água e eu
na mira do amor
carinho me deu
orvalho doce o que você vê
água inundou
alma em mim lavada me deu
a mira mudou
carona no céu
se é vento forte
eu sei guiar
ou doce a morte
cantá dançá benzê
ouvir o sol
benzê
ouvir o mar
adeus
água que caia no azul do breu
lá encontrou
algo em si deságua ao léu
na mira da dor
a vida nasceu
azul tão doce o que você vê
água inundou
ai de mim o som água e eu
a mira mudou
aponta pro céu
se é vento forte
eu sei guiar
ou doce a morte
cantá dançá benzê
ouvir o sol
benzê
ouvir o mar
adeus
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11. |
minha mãe
05:25
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“minha mãe” (música: oliveira/ letra: oliveira e thalita medeiros)
minha mãe me deu
que ninguém dá
minha mãe me deu
o que ninguém deu
que ninguém dá
a idade a/o filha/o a tez
a garganta o voltar
duas asas que benzer
minha cor o tempo o ar
tão puro quanto o medo de deus
é da terra se espalhar
a maldade vi crescer
teu colo o que brilha não vês
já é noite de ninar
nas vigílias vi nascer
ela sorri os olhos de vento em popa são todos feitos de água
me cora é pouco a vida a morte são reis mindinhos são asas
ela sorri os olhos de vento em popa são todos feitos de água
se cora é pouco a vida a morte são reis mindinhos são asas
ai ai vá chorar como eu
vem cá me dê o corpo me dê
ai ai não vá chorar como eu
vem cá não quebre o copo me dê
ela sorri os olhos de vento em popa são todos feitos de água
me cora é pouco a vida a morte são reis mindinhos são asas
ai ai não vá chorar como eu
vem cá não quebre o copo me dê
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12. |
ó meu pai
01:51
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ó meu pai (oliveira)
ó meu pai
meu rei
onde ninguém viu
um filho o amor
das feridas que guardei
essa eu cuido mais
menino
iê menino
ai menino
(ó meu pai meu rei)
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13. |
teu nome vem de longe
04:12
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teu nome vem de longe (oliveira)
ah que nome ter
se o nome quer a pessoa inteira
sua casa
quem me batizou a fauna a flora
não tenha medo
eu ouvi você dizer
quando se encantou
aos milhares nomes deus
esse é o que eu te dou
o que temer já avisei pode entrar
sobre o teu nome ninguém vai falar
árvore nova nasceu no quintal
cresceu
teu nome vem de longe
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Oliveira PE, Brazil
Oliveira lançou em 2019 a obra "Canções não", formada por livro de poemas, espetáculo e disco.
Em 2024 lançou o álbum "Teu nome vem de longe", com artistas de Recife, Brejão, Goiana, de Pernambuco, e São Paulo/SP.
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